segunda-feira, 9 de junho de 2014

La FORMACIÓN DE INDICADORES DE CAPITAL SOCIAL - como potencializadores de desarrollo local sostenible



- La FORMACIÓN DE INDICADORES DE CAPITAL SOCIAL -
 como potencializadores de desarrollo local sostenible

(Apresentador) Gisley Francisco Baretta, M.Sc
Deborah Bernett, M.Sc
Neri dos Santos, PhD
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RESUMEN: Este estudio presenta de modo sintético los efectos del capital social bajo la magnitud de los determinantes del desarrollo local sostenible, proponiendo un escenario de referencia. El desarrollo postula la responsabilidad de factores que abarcan la capacidad de generar políticas públicas por instrumentos modernos y transparentes que propicien la formación de estrategias consistentes para la sociedad. Esa ponderación remete al pensamiento sobre a sustentabilidade en lo que dice respeto a la producción y las condicionantes de un porvenir sostenible. El capital social se refiere al grupo de los intangibles, considerando la importancia del conocimiento tácito y el papel de las interacciones locales de las OIC en la cadena productiva. Pero en un mundo en transformación, los trazos constitutivos de este proceso son la llamada revolución científico-tecnológica y la crisis ambiental. Así la complejidad para medir el capital social ésta en la abrangência de la tema y de la comprensión del tejido de acontecimientos, acciones, interacciones, retroacciones, determinaciones, acasos, que constituyen el mundo de las redes, asociaciones y tramas formados por las OIC'S. Pero, la contribución de este trabajo ésta en comprender que, la complejidad de la formación de indicadores del capital social representa la posibilidad de desarrollar un panorama que comparte similaridades con cuestiones contemporáneas de orden social, económica y ambiental, y que generar tales indicadores requiere estudios sistémicos avanzados.

Palabras Llave: Capital Social. Desarrollo Local Sostenible. Organizaciones Intensivas en Conocimiento.  Indicadores de Capital Social.

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“Toda a nossa ciência, comparada com a realidade, é primitiva e infantil - e, no entanto, é a coisa mais preciosa que temos.

1- INTRODUÇÃO


Muitos dos estudos empíricos realizados até hoje têm demonstrado que os efeitos do capital social não são marginais e, muitas vezes, encontram-se na mesma ordem de magnitude que outros determinantes do desenvolvimento (BANCO MUNDIAL, 2003).
O desenvolvimento local de modo sustentável, pensado enquanto transformação social, responde a critérios enunciados por Amartya Sen (2000) e definido pelo WBCSD (World Business Council for Sustainable Development - 1999). A figura 1 abaixo representa o equilíbrio entre as dimensões econômica, social e ambiental, e suas influências na cadeia produtiva.









Dimensão Econômica
Dimensão Ambiental
Dimensão Social
• Performance Financeira
• Criação de Valor
• Perpetuidade
• Competitividade
• Cidadania Corporativa
• Responsabilidade social
• Aumentar a equidade
• Conservar e reciclar recursos (Ecoeficiência)
• Reduzir desperdícios
• Minimizar impactos ambientais
Sustentabilidadede
 












Figura 1: Sustentabilidade
 Fonte: WBCSD (World Business Council for Sustainable Development- 1999). Adaptado pelos autores.

Segundo a OCDE (2009), a cooperação para o desenvolvimento postula a responsabilidade de fatores que abrangem a capacidade de gerar políticas públicas por instrumentos modernos e transparentes que propiciem a formação de estratégias consistentes para a sociedade. Contudo, Giuliani (2007) refere-se ao desenvolvimento, tratando a integração e a compatibilização das políticas de C&T, com a criação de instrumentos legitimados, capazes de melhorar a comunicação, a cooperação e a disseminação das informações entre o meio e os centros de decisão política.
Araújo (2003) argumenta que a aplicação de recursos correntes na esperança de obter recursos adicionais no futuro, de modo que compense o risco que você correu e também o consumo que você adiou, faz parte de uma trama que podemos denominar de capital social circulante. Essa reflexão remete ao pensamento sobre a sustentabilidade no que diz respeito à produção e as condicionantes de um futuro sustentável. Entretanto, os componentes de uma trama o: recursos humanos qualificados; relões econômicas entre produtores e clientes; circulação de informões entre agentes, instituições e indivíduos, existência de uma estrutura institucional desenvolvida e construção de uma identidade sociocultural e socioambiental facilitadora da confiança. Nesse sentido as organizações intensivas em conhecimento podem responder de maneira adequada a esse conjunto de conceitos.
Para a OCDE (2009) tais fatores abrangem desde a melhoria da capacidade para administrar políticas econômicas e sociais até a crescente atenção dada a temas como a responsabilidade perante o público, a obediência à lei, o respeito aos diretos humanos, o aumento da participação, a acumulação de capital social e a preocupação com a sustentabilidade ambiental. Assim, o desenvolvimento diferencia-se de outra acepção do termo, na qual o desenvolvimento é sinônimo de crescimento econômico, significando o aumento percentual do produto nacional mais rápido que o aumento percentual da população.
              Em se tratar de desenvolvimento local sustentável, este estudo destaca o capital social com foco para áreas prioritárias e fundamentais: (a) empreendedorismo; (b) promoção do desenvolvimento eco-socioterritorial; (c) políticas públicas com os eixos de desenvolvimento local sustentável; e (d) a participação financeira e gestora dos investidores sociais privados e públicos (LUSTOSA, 2002). Trata-se das relações entre um indivíduo ou grupo social e seu meio de referência, expressando um sentimento de pertence e em relação a um modo de agir num determinado território.
Deste modo a caracterização do tema recentemente abordada por Nonaka e Takeushi (1997) refere-se a ampliação do espaço social gerado pelas redes sociais e sua complexidade, diante da imprevisibilidade do futuro na sociedade do conhecimento, particularmente referenciando as Organizações Intensivas em Conhecimento.
Vale ressaltar, que o conceito de capital social proposto neste estudo refere-se à força socioeconômica gerada pelo capital social em detrimento as organizações intensivas em conhecimento, propondo pressupostos políticos, sociais e econômicos com fins de democracia para conquistar o desenvolvimento.


2 - DESENVOLVIMENTO

2.1 O Conceito de Capital Social

As chamadas aglomerações produtivas, científicas, tecnológicas e/ou inovativas – tais como distritos industriais, associações, clusters, milieux inovadores, arranjos produtivos locais, entre outros formados por OIC’S são consideradas ambientes propícios a interações, e possuem uma estrutura institucional normalmente bem desenvolvida em função de sua identidade sociocultural e socioambiental. A troca de conhecimentos e o aprendizado, por meios diversos, tais como a mobilidade local de trabalhadores; redes formais e informais; existência de uma base social e cultural comum que dá o sentido de identidade e de “pertencimento” (CASSIOLATO e LASTRES, 1999), muitas vezes gera um sistema integrado que parte da confiança e dos interesses comuns.
Apesar de alguns autores compartilharem da idéia de que o termo “capital” não se apropria às abordagens relacionadas ao social, a literatura atual compartilha do pensamento de que o capital social responde de maneira apropriada sobre as questões de desenvolvimento social integrado ao crescimento econômico, originando um consenso sobre dois grandes grupos de capital social: os tangíveis e os intangíveis; o primeiro diz respeito ao capital financeiro e físico, e o segundo ao capital humano e social (MELIN, 2007). 
Contudo, a “sociologia econômica” argumenta que a ação econômica de determinada sociedade está incrustada na estrutura social e na cultura. Neste sentido, considera-se a importância das instituições para o desenvolvimento sustentável. Souza Filho (2001) destaca que na sociedade civil estão compreendidas as formas de solidariedade, integração social e cooperação, e esses fatores podem ser considerados os principais agentes de modernização e transformação socioeconômica em uma região, e assim capital social é tão produtivo quanto às outras formas de capital.
Nesse sentido prevalece à tese central das relações institucionalmente “garantidas”, que produzam conhecimento e inter-reconhecimento através de processos produtivos e seus intercâmbios. Destacam-se os autores: Pierre Bourdieu (1980), ao abordar que numa rede de relações deve-se considerar o produto do trabalho para sustentar condições sociais duradouras e constituídas; James Coleman (1988), como o primeiro a contribuir significativamente na mensuração do capital social e seus efeitos; Francis Fukuyama (1999), filósofo e economista político, cujos cálculos simples e eficazes para medir o capital social tem forte influência sobre o pensamento contemporâneo da América do Norte e; Robert Putnam (2002), com a hipótese de que o capital social volta-se para as conexões estabelecidas, pela reciprocidade e confiabilidade numa perspectiva mais desenvolvimentista[1].

2.2 A formação de indicadores do Capital Social

Embora a noção de capital social tenha se intensificado nos últimos 25 (vinte e cinco) anos, destaca-se o sociólogo James Coleman (1988) como o primeiro a contribuir significativamente na mensuração do capital social e seus efeitos. Utilizou a ferramenta capital social para analisar a evasão de alunos secundarista em uma determinada região dos Estados Unidos, identificando certos aspectos da estrutura social por suas funções e demandas para a educação. Para o autor, o tema capital social fundamentalmente reflete: lealdade, fidelidade, reciprocidade, compromisso, e outros elementos decorrentes das relações entre as pessoas de um grupo. Coleman (1988) lamenta em seu discurso presidencial à American Sociological Association, o desaparecimento gradual das estruturas familiares e comunitárias como produtoras de capital social, porém, considera que instituições formais assumem esse papel. Ressalta que compreender esse processo consiste em identificar uma engenharia social.
Outro importante teórico sobre o tema é Robert Putnam (1996). O autor compartilha da mesma opinião de James Coleman (1988), destaca que um grupo cujos membros demonstrem confiabilidade e deposite ampla confiança uns nos outros é capaz de realizar muito mais do que outro grupo que careça de confiabilidade e desconfiança.
Putnam (2002), apesar de basear seu conceito na obra de Alexis de Tocqueville (1833), parte da hipótese que o capital social volta-se para as conexões estabelecidas, gerando redes sociais, normas de reciprocidade e confiabilidade que garantem a sua existência, numa perspectiva mais desenvolvimentista. Fundamenta seus estudos em indicadores estabelecidos nos limites de uma “comunidade cívica” [2]. Sugere que os estoques de capital social, como confiança, normas e sistemas de participação, tendem a ser cumulativos e a reforçar-se mutuamente.
Já Francis Fukuyama (1995) contribui de forma importante, porém criticada, ao contrapor o conceito, considerando que capital social atuante e informal promove a cooperação entre dois ou mais indivíduos, e isto pode acontecer entre dois amigos até sistemas complexos de articulação. Fukuyama (1995) volta-se para os sistemas complexos e afirma: “o conceito de capital social deixa claro que o capitalismo e a democracia são intimamente relacionados”. Para o autor, uma economia capitalista saudável é aquela em que há suficiente capital social na sociedade subjacente que permita às empresas, corporações, redes e similares se auto-organizarem. “Na ausência dessa capacidade de auto-organização, o Estado pode intervir para promover firmas e setores essenciais, mas os mercados quase sempre funcionam mais eficientemente quando atores da iniciativa privada tomam parte das decisões” (FUKUYAMA, 1995).
A literatura também ressalta, o sociólogo Alejandro Portes (1998), cubano, nacionalizado americano, hoje coordenador do curso de sociologia da Universidade de Princeton, reconhece os estudos de Pierre Bourdieu como de fato a primeira análise de capital social contemporânea (MELIN, 2007). Pierre Bourdieu (1980) considera que a existência de uma rede de relações não é condição natural ou social constituída em determinado momento para todos e para sempre, mas o produto do trabalho de instauração e de manutenção, necessário para produzir e reproduzir relações duradouras e úteis, próprias para buscar benefícios materiais ou simbólicos. Essa “interessante” visão do autor remete a reflexão da intangibilidade do capital social em relação às outras formas de capital. O autor caracteriza fontes negativas de capital social que contribuem para análises comparativas mais avançadas sobre o tema.
Mark Granovetter professor da Universidade de Stanford – E.U. A, afirma que as ações econômicas dos agentes estão inseridas em redes de relações sociais (embeddedness). Este termo torna-se ponto forte na literatura. Enfatiza que as redes sociais são potencialmente criadoras de capital social, podendo contribuir na redução de comportamentos oportunistas e na promoção da confiança mútua entre os agentes econômicos.
Para visualizar e compreender as definições, as variáveis, a ênfase e os benefícios que formam o conjunto de indicadores de formação do capital social dos autores citados nesta revisão de literatura sobre o tema, apresentamos o quadro 1 a seguir.


Autor
Definição
Variáveis
Ênfase
Benefícios
Pierre Bourdieu
Conjunto de recursos reais ou potenciais resultantes do fato de pertencer, há muito tempo e de modo mais ou menos institucionalizado, a redes de relações de conhecimento e reconhecimento mútuos.
A durabilidade e o tamanho da rede de relações. As conexões que a rede pode efetivamente mobilizar.
Parte do princípio de que o capital e suas diversas expressões (econômico, histórico, simbólico, cultural, social) podem ser projetados a diferentes aspectos da sociedade capitalista e a outros modos de produção, desde que sejam considerados social e historicamente limitados às circunstâncias que os produzem.
Individuais e para a classe social a que pertencem os indivíduos beneficiados.
James Coleman
O capital social é definido pela sua função. Não é uma única entidade (entity), mas uma variedade de entidades tendo duas características em comum: elas são uma forma de estrutura social e facilitam algumas ações dos indivíduos que se encontram dentro desta estrutura social.
Sistemas de apoio familiar. Sistemas escolares (católicos) na constituição do capital social nos EUA. Organizações horizontais e verticais.
Adepto da teoria da escolha racional (e de sua aplicação na sociologia), acreditava que os intercâmbios (social exchanges) sociais seriam o somatório de interações individuais.
Resultam da simpatia de uma pessoa ou grupo social e do sentido de obrigação com relação à outra pessoa ou grupo social.
Robert Putnam
Refere-se a aspectos da organização social, tais como redes, normas e confiança, que facilitam a coordenação e a cooperação para benefício mútuo.
Intensidade da vida associativa (associações horizontais), leitura da imprensa, número de votantes, membros de corais e clubes de futebol, confiança nas instituições públicas, relevância do voluntariado.
Na visão de Putnam, a dimensão política se sobrepõe à dimensão econômica: as tradições cívicas permitem-nos prever o grau de desenvolvimento, e não o contrário. A “performance institucional” está condicionada pela comunidade cívica.
Individuais e coletivos.
Mark Granovetter
As ações econômicas dos agentes estão inseridas em redes de relações sociais (embeddedness). As redes sociais são potencialmente criadoras de capital social, podendo contribuir na redução de comportamentos oportunistas e na promoção da confiança mútua entre os agentes econômicos.
Duração das relações (consideradas positivas e simétricas). Intimidade. Intensidade emocional. Serviços recíprocos prestados.
Granovetter critica as duas visões do comportamento econômico: a visão neoclássica, que ele qualifica de sub-socializada, visto que percebe apenas os indivíduos de forma atomizada, desconectado das relações sociais; e a estruturalista e marxista, que ele qualifica de super-socializada, porquanto os indivíduos são considerados em dependência total de seus grupos sociais e do sistema social a que pertencem.
O capital social seria um bem público e um bem privado, ao mesmo tempo.
Francis Fukuyama
O Padrão atuante e informal que promove a cooperação entre dois ou mais indivíduos; Capital social facilita a coordenação e a cooperação.
Confiança. Reciprocidade. Cooperação.
Considera que confiança, rede, sociedade civil e outros parâmetros que têm sido associados com o conceito são na realidade um resultado do capital social, mas não constituem por si só.
Redes sociais podem aumentar a produtividade e reduzir os custos de negociações.
Alejandro Portes
A originalidade e o poder heurístico da noção de capital social provêm de duas fontes: em primeiro lugar, o conceito incide sobre as conseqüências positivas da sociabilidade, em segundo lugar, enquadra essas conseqüências positivas numa discussão mais ampla, chamando a atenção para o fato de que as formas não monetárias podem ser fontes importantes de poder e influência
Relações de confiança. Oportunidades de interação e lugares de encontro. Obrigações recíprocas. Acesso ao conhecimento.
Enquanto o capital econômico se encontra nas contas bancarias e o capital social reside na estrutura das suas relações. Para possuir capital social, um indivíduo precisa de se relacionar com outros, e são estes não o próprio a verdadeira fonte dos seus benefícios.
Benefícios comuns que satisfaçam, ao mesmo tempo, o indivíduo e a coletividade, por meio de negociação.

Quadro 1: Definição de Capital Social de diferentes autores. Fonte: Social Capital, 2002. Adaptado pelos autores.

 

 

 

2.3 Capital Social e Organizações Intensivas em Conhecimento - OIC


A importância do compartilhamento do conhecimento como fator gerador de capital social se caracteriza pela dinâmica das mudanças no mundo, no ponto em que a humanidade passa de uma lógica tangível da sociedade da informação para uma incerteza intangível diante da imprevisibilidade do futuro, caracterizada especialmente pela ampliação do espaço social gerado pelas redes sociais e sua complexidade.
Com essa perspectiva, a Gestão do Conhecimento possui fundamentos de gestão organizacional voltadas para produção, retenção, disseminação, compartilhamento e aplicação do conhecimento dentro das organizações, bem como para promover o intercâmbio dessas experiências com o mundo externo (NONAKA e TAKEUCHI, 1997).
A Gestão do Conhecimento contribui com em três dimensões importantes: a) conteúdo; b) contexto e; c) cultura. Bourdieu (1980) atribui à idéia de que o capital social e cultural é sempre redutível em capital econômico, caracterizando as trocas econômicas como obrigações tácitas que envolvem as comunidades a que pertencem.
Mais além, pode-se identificar que a rede de relações geradas pelas OIC’S é produto de estratégias de investimento social, conscientes ou inconscientes, orientadas para a instituição ou reprodução de relações sociais e ambientais utilizáveis a curto ou em longo prazo, contribuindo para a criação de relações institucionalmente garantidas (direitos), que produzam o conhecimento e o reconhecimento mútuo através de processos de intercâmbios (BOURDIEU, 1980).

Hampton (1980) destaca que uma organização é uma combinação de pessoas, tecnologias e processos que se relacionam numa combinação dinâmica entre: a) pessoas: competências individuais mais seus relacionamentos pessoais; b) tecnologias: funcionalidades técnicas e as interfaces humanas – máquinas; c) processos: procedimentos, normas, manuais e padrões da produção (MÜLBERT et al. in ANGELONI, M. T, 2002)
A figura 5 abaixo relaciona essa combinação e representa esquematicamente a dinâmica da organização.

Pessoas
(Competências e relacionamentos)
        Tecnologia                                                      Processos                          

(funcionalidades e interfaces)                     (sistemas de produção)

Organização: Pessoas, Tecnologia e Processos.
Organização
 
















Figura 5: Dinâmica da organização. Fonte: Disciplina OIC – Ministrada  pelo Professor  Neri dos Santos UFSC/PEGC- autoria: BHATT, G. D., Knowledge management in organizations: examining the interaction between Technologies, techniques, and people. Journal of Knowledge Management, 5 (1), 68-75, 2001. Adaptado pelos autores.

Para melhor compreender as OIC e suas relações com o ambiente interno e externo, vale ressaltar a dinâmica dos fluxos apresentada pelos autores Lytras e Pouloudi (2006).
Dinâmica dos fluxos em uma organização intensiva em conhecimento



  Indivíduo








 
                                                                                                      Grupo

Experiências, Atitudes, Habilidades, Conhecimentos, Capacidade de aprendizagem.
Fluxos de
conhecimentos
Formação de
equipes
Mudança de comportamento

Aprendizagem

Transformação dos conhecimentos / Dinâmica dos fluxos
Sinergia do grupo, Ambiente cooperativo, Objetivos comuns, Cultura.
 
























Figura 6: Dinâmica dos fluxos em uma organização intensiva em conhecimento. Fonte: LYTRAS, M. D. & POULOUDI, A., Towards the development of a novel taxonomy of knowledge management systems from a learning perspective: an integrated approach to learning and knowledge infrastructures. Journal of Knowledge Management, 10 (6), 64-80, 2006.

Nonaka e Takeuchi (1997) referem-se ao conhecimento organizacional como a capacidade de uma empresa de criar um novo conhecimento, difundi-lo na organização como um todo e incorporá-lo a bens (ou serviços) e sistemas (processos). A dinâmica da criação do conhecimento se desenvolve em três níveis: indivíduo, grupo e organização.
Destacam os processos de criação do conhecimento organizacional, e salientam duas dimensões a considerar: epistemológica e ontológica. A dimensão epistemológica mostra que somente indivíduos criam conhecimento. Entretanto, a criação do conhecimento organizacional deve ser entendido como um processo que incorpora e amplifica organizacionalmente o conhecimento criado por indivíduos. A dimensão ontológica diz respeito à interação entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito.
Essa disposição é representada graficamente por meio da figura da espiral do conhecimento criada pelos autores e apresentada na figura 7 abaixo:
Figura 7: Espiral do conhecimento. Fonte: Nonaka e Takeushi, 1997.

Nonaka e Takeuchi (1997) afirmam que a sinergia da espiral do conhecimento se dá no momento que o conhecimento tácito passa pelo conhecimento explícito combinando quatro processos da seguinte maneira:
A figura 8 abaixo evidencia essa combinação:
   Socialização                            Externalização                 


Internalização                              Combinação
Conhecimento tácito                     Conhecimento explícito


Caixa de texto: Conhecimento
explícito
Caixa de texto: Conhecimento
tácito
 














Figura 8: Processos de Transformação do conhecimento  - Fonte: Nonaka e Takeushi, 1997.

Neste contexto, novas redes de conhecimento são criadas, com importante influência na sobrevivência e no crescimento das organizações no ambiente globalizado. Para Katz (2000), trabalhar em rede é um processo que consiste em organizar e manter colaborações eficientes.
Por fim, Porter (1990) argumenta:
...a prosperidade nacional é criada, não herdada. Ela não nasce dos pendores naturais de uma nação… depende da capacidade de seus setores industriais para inovar e modernizar… À medida que a base da competição se voltou mais e mais para a criação e assimilação do conhecimento, o papel da nação cresceu. A vantagem competitiva é criada e sustentada por meio de um processo altamente localizado. (PORTER, 1990).

Desse modo, para trabalhar indicadores de capital social em função do desenvolvimento, extrapola-se a curiosidade científica e trata-se o “agente” como espaço de reconstrução de identidades e vínculos, necessários e insubstituíveis. Entender esse processo implica em considerar a abordagem da gestão do conhecimento para compreender os conjuntos complexos de fatores, tangíveis e intangíveis, vantagens, desvantagens, dificuldades e limitações que impulsionam o desenvolvimento por meio das organizações intensivas em conhecimento e as redes sociais.

3  CONSIDERAÇÕES FINAIS


Quanto à escolha de procedimentos sistemáticos para a descrição e explicação das análises de pesquisa, trata-se de um campo de estudo em formação que demanda um debate conceitual e metodogico criterioso alicerçado no novo paradigma da ciência contemporânea, que é o da visão sistêmica.
Segundo Vasconcelos (2003), para tratar de visão sistêmica, é preciso considerar um conjunto de componentes metodológicos que também podem ser considerados estratégicos na totalidade, demandando instrumentos capazes de verificar e avaliar os processos e a intensidade da circulação de informações e conhecimentos, bem como seu papel para o dinamismo socioeconômico local.
Assim o  estudo propõe  uma análise dos dados e dos conceitos formadores do capital social diante do desenvolvimento local sustentável, instrumentalizada por indicadores já utilizados em estudos propostos por organizações internacionais que, alinhados aos pressupostos das OIC’S podem ou não produzir desenvolvimento. Contudo, os indicadores devem ser entendidos como medidas quantitativas ou qualitativas, que apontam, indicam, aproximam e permitem mensurar as características, mudanças e objetivos de um processo, sistema ou organização (DEPONTI, 2002), mas sem abandonar a concepção sistêmica.
Por um lado o olhar pragmático do conjunto de objetos estudados que se inter-relacionam e divergem entre si na sua relação de causa e efeito podem garantir níveis de conhecimentos diferentes. Por outro, a resposta obtida dos processos das OIC’S pode não ser necessariamente proporcional.
 Essa reflexão nos encaminha para os sistemas complexos, um mundo de transições de fase, de mudanças de rumos e comportamentos, que fogem da ordem, e denotam processos associados a modelos organizados de modo a considerar a diversidade com característica institucional e facilitar as conexões entre os agentes formadores do capital social e o desenvolvimento. Constitui-se assim, uma importante fonte de analise da formação do capital social como potencializador de desenvolvimento sustentável ou não. Contudo, debates conceituais não podem ser solucionados em um vazio empírico.

Para isso o Banco Mundial desenvolve estudos constantes com tentativas de fornecer bases para medir diferentes dimensões de capital social e encorajar um maior diálogo entre pesquisadores, formuladores de políticas públicas, gerenciadores de tarefas, e a própria população. Por meio desse diálogo, o Banco Mundial espera que o conhecimento das dimensões sociais do desenvolvimento econômico seja ampliado e, com isso, a capacidade conjunta para desenvolver e programar estratégias de desenvolvimento mais eficazes

Por fim pode-se entender que capital social propicia os seguintes efeitos demonstrados no esquema da figura 2.



Figura 2: Geração do capital social e seus efeitos segundo autores de referência.
Fonte: MELIN, J. M. A formação do capital social entre os empresários de micro e pequenas empresas: a experiência dos núcleos setoriais do empreender. Tese de doutorado apresentada na PEGC/UFSC, 2007. Elaboração a partir de Bourdieu (1980); Coleman (1988); Putnam (1996); Fukuyma (2000); Cardoso, Franco e Oliveira (2000); Jacobi (2004), Stweart-Weeks (2005); e Banco Mundial (2007). Adaptado pelos autores.          
         A importância das organizações intensivas em conhecimento como fator gerador de capital social, e este sucessivamente caracterizando desenvolvimento local sustentável, parte do ponto em que a sociedade passa de uma lógica tangível para uma incerteza sobre ativos intangíveis diante da imprevisibilidade do futuro.
Assim as constatações desenvolvimentistas de Lustosa (2002 relacionam a problemática proposta sobre a formação de indicadores de capital social e as OIC’S como potencializadores de desenvolvimento local sustentável. Suas analises e interpretações possibilitam resultados convergentes com os indicadores de capital social.
De qualquer modo relacionar a complexidade das redes de relações das OIC’S com a formação de capital representa a desenvolver idéias em um domínio que compartilha similaridades com questões contemporâneas, e que gerar indicadores em cenários complexos requer ainda estudos sistêmicos mais avançados, sobretudo quanto às particularidades do contexto a ser estudado.

 

 

REFERÊNCIAS


1BANCO MUNDIAL. Questionário Integrado para Medir Capital Social (QI-CS) (Integrated Questionnaire for the Measurement of Social Capital) (SC-IQ), 2003. Disponível em: http://web.wordbank.org. Acesso em: 12 out 2009.

BERTALANFFY, von L. 1969. General systems theory. New York: George Braziller.

BOURDIEU, P.  Le  capital  social:  notes  provisoires. In:  Actes  de  la  recherche  en sciences sociales n 31, jan. Paris: France, 1980.

CAPRA, F. 1982. The turning point: Science, society and the rising culture. Suffolk: Fontana
Bungay.

COLEMAN, J. Social Capital in the creation of human Capital. American Journal of Sociology, Chicago University. vol.94. supplement S95-S120, 1998.

DEPONTI, C. M. Indicadores para avaliação da sustentabilidade em contextos de desenvolvimento rural local. Monografia (Especialização) – UFRGS. Programa de Pós-
Graduação em Economia Rural, Porto Alegre. 2002. 155 p.

FAO. Disponível em: http://www.fao.org/corp/publications/es/. Acesso em: 26 set 2009.

FUKUYAMA, F. The Great Disruption: Human Nature and the Reconstitution of Social Order. New York: Free Press, 1999.

GIULIANI, E. The Knowledge SocietySociedade do Conhecimento. Disponível em: http://www.pucrs.br/feng/civil/professores/giugliani/Gestao_Short_Paper_01_Knowledge_Society.pdf SHORT PAPER 01. Acesso em: 07 ago 2006.

MELIN, J.M., A Formação de Capital Social entre os Empresários de Micro e Pequenas Empresas: A Experiência dos núcleos setoriais do “EMPREENDER. Tese de doutorado EGC/PPEGC/UFSC, 2007.

MORGAN, G. (Ed.) 1983. Beyond method. Newbury Park, CA:sage

NONAKA, I; TAKEUCHI, H. Criação do conhecimento na empresa: como as empresas japonesas geram a dinâmica da inovação. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

OCDE. Quantifying technological advance: S&T indicators at the OECD – Challenges for the 1990s. Science and Public Policy 19: 281-290. 1992.

PORTES, Alejandro. Capital social: origens e aplicações na sociologia contemporânea. Sociologia, set. 2000, no.33, p.133-158. ISSN 0873-6529.

PUTNAM, R. D. Comunidade e Democracia: a experiência da Itália Moderna. Rio de Janeiro: Editora FGV, 1996.

KHUN L. (2007) Why Utilize Complexity Principles In Social Inquiry? University of Western Sydney, NSW, Australia World Futures, 63: 156–175.

SEM, Amartya. Desenvolvimento como liberdade. Tradução de Laura Teixeira Mota. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

SENGE, P. M. A quinta disciplina: arte e prática da organização que aprende. São Paulo: Best Seller, 2000.

WBCSD World Business Council for Sustainable Development, 1999. http://www.wbcsd.org/templates/TemplateWBCSD5/layout.asp?MenuID=1 - acesso em 22/04/2009.



[1]                      O termo desenvolvimentista, com destaque para os fundamentos de Lustosa (2002) para áreas prioritárias e fundamentais na formação do capital social: (a) empreendedorismo; (b) promoção do desenvolvimento eco-socioterritorial e; (c) políticas públicas com os eixos de desenvolvimento sustentável. (d) a participação financeira e gestora dos investidores sociais privados e públicos.
[2]Denominação dada pelo autor para uma comunidade que apresenta as seguintes características sociais: participação cívica; igualdade política para se sustentar; prática de solidariedade, confiança e tolerância entre seus membros; existência de associações e estruturas sócias de cooperação.